Estudo quer conhecer a história da interatividade em museus de ciência: Entrevista a Jaume Sastre-Juan

Translated title of the contribution: Interview to Jaume Sastre-Juan: Researcher Studies the History of Interactivity in Science Museums

Research output: Other contribution

Abstract

Jaume Sastre, investigador do Centro Interuniversitário de História da Ciência e da Tecnologia (CIUHCT) e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), está a estudar a evolução da interatividade em museus de ciência e de tecnologia desde os anos 30 até à atualidade. “Hoje em dia, centros de ciência interativos como o Ciência Viva apresentam-se como exemplos de uma experiência museística democratizada. Afirma-se que os visitantes podem aproximar-se da ciência, perder o medo e participar ativamente. Podem ser cientistas por um dia. Podem ser eles próprios a aprender carregando botões num museu”, anuncia. Para saber como chegámos a este ponto, Jaume Sastre estuda os inícios da interatividade nos museus dos EUA a partir de 1930. Segundo o investigador, durante a crise económica dos anos 30 as grandes companhias tecnocientíficas que tinham laboratórios industriais começaram uma agressiva campanha de relações públicas para evitar as críticas de que eram alvo. A opinião pública da altura culpava a automatização e os sistemas desenvolvidos por estas empresas, pelos milhões de pessoas que tinham perdido o emprego. No sentido de combater esta visão negativa da tecnologia e da ciência, estas empresas contrataram psicólogos com o objetivo de desenvolver ações de propaganda para limpar a sua imagem e para transmitir uma ideia de progresso associado à evolução tecnológica e ao automatismo. Os estudos realizados por estes psicólogos revelaram que o público era mais recetivo, e prestava mais atenção, a uma mensagem se pudesse participar de alguma maneira durante uma visita a um museu, e se pudesse interagir com o objeto exposto. Foi este o mote para o desenvolvimento de exposições interativas. “Daí o uso massivo de dispositivos interativos com botões para carregar que desde então se têm espalhado pelo mundo todo. Percebi então que na raiz desta chamada interatividade não encontrámos este comportamento democrático, mas sim técnicas comportamentais de gerir a opinião pública”, conclui.
Translated title of the contributionInterview to Jaume Sastre-Juan: Researcher Studies the History of Interactivity in Science Museums
Original languagePortuguese
Publication statusPublished - 20 Nov 2018

Fingerprint

Dive into the research topics of 'Interview to Jaume Sastre-Juan: Researcher Studies the History of Interactivity in Science Museums: Entrevista a Jaume Sastre-Juan'. Together they form a unique fingerprint.

Cite this