Os pescadores cerriteiros do pampa e litoral sul do Brasil e Uruguai: Arqueologia, história indígena e conservação ambiental

Este artigo aborda a diversidade cultural baseada na variabilidade arqueológica dos grupos construtores de cerritos, desde o Uruguai, até o complexo lagunar Patos-Mirim, no extremo sul do Brasil. Ao longo de 5 mil anos, esses grupos se reinventaram, criando territórios, fronteiras e monumentos. A transição da caça para a pesca nas atividades cotidianas é evidenciada, destacando-se a importância dos recursos aquáticos na dieta, revelada por análises zooarqueológicas, isotópicas e de lipídios. Patologias ósseas relacionadas ao trabalho pesqueiro indicam o uso repetitivo de artefatos de pesca. A mobilidade e a visibilidade na paisagem lagunar sugerem interconectividade entre regiões. Os dados compilados sugerem que os cerriteiros foram agentes e agenciados pelo mundo das águas, deixando marcas culturais e físicas ao longo de sua história de longa duração no Pampa, cujos legados contribuíram com a composição dos nichos, em termos de aumento de biodiversidae, fatores importantes para a conservação ambiental na contemporaneidade.